Pense assim: se uma
pessoa que já creu em Jesus tem todos os seus pecados perdoados e está pronto
para entrar no céu, por que Deus a deixa aqui? Porque existe um propósito (ou
mais de um). O mais humilde e desconhecido servo de Deus tem um papel
importante na obra de Deus neste mundo.
Pense na menina escrava
da mulher de Naamã e o impacto que teve a sugestão que deu à sua patroa sobre
quem Naamã devia procurar para ser curado da lepra. A princípio ela não deve
ter entendido por que Deus permitiu que o inimigo de Israel a capturasse para
servir de escrava (2 Rs 5:2-3). Ou pense no rapaz anônimo que um dia saiu de
casa com cinco pães de cevada e dois peixinhos na sacola e parou para ouvir o
que Jesus dizia (Jo 6:9).
Gosto de uma historinha
das árvores da floresta, uma que queria ser usada para construir o bercinho de
um grande príncipe, outra que desejava ser transformada em um grande e luxuoso
barco para levar um soberano, e outra que não queria ser menos do que o trono
dessa pessoa ilustre. Elas ficaram frustradas quando, depois de cortadas, foram
transformadas respectivamente em uma manjedoura, em um barquinho de pesca e em
uma cruz para a execução de um malfeitor. Nem preciso dizer que mais tarde elas
entenderam o propósito de existirem.
Deus pode me deixar
aqui porque há coisas que Ele quer que eu aprenda que não poderia aprender no
céu, como a Sua fidelidade em cuidar de mim em um ambiente hostil, por exemplo.
Ele também me deixa aqui para testemunhar dEle aos outros, porque não foi a
anjos que designou para pregar o evangelho, mas a homens.
Posso ficar aqui também
para que minha vida dê testemunho do poder transformador de Deus. Posso ficar
para servir de exemplos a outros, e isso inclui ficar aqui com alguma doença
incurável, por exemplo. Como as pessoas ficariam cientes de Deus consola o
aflito se não existisse nenhum aflito crente por perto? Imagine que você é a
tela, as circunstâncias são as tintas e Deus é o pintor. O próprio Senhor
explicou isso ao falar do propósito da deficiência do cego de nascença.
Joã 9:2-3 E os seus discípulos
lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que
nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou nem seus pais; mas foi assim para
que se manifestem nele as obras de Deus.
Do mesmo modo como Deus
tem um propósito para a vida do crente, Ele tem um propósito para a morte. Deus
pode me tirar do mundo por diferentes razões. A pior seria por não servir mais
como um testemunho e só ficar atrapalhando aqui. Creio ter sido o caso de
Ananias e Safira. É este o "pecado para a morte" de que a Bíblia
fala, para a morte do corpo, não na alma. Seria também a "destruição do
corpo" de que fala 1 Coríntios 5, caso o homem imoral não se arrependesse,
como parece que se arrependeu em 2 Coríntios.
Posso ser tirado do
mundo porque minha partida servirá de testemunho a muitos, como aconteceu com
Abel. Lembro-me do caso daquela jovem na escola americana (Columbine) cujo
testemunho de fé diante de seu assassino, depois contado pelas colegas, acabou
levando muitos a crerem em Cristo. Escrevi sobre isso aqui:
http://www.stories.org.br/columbine.html
Ou posso ser levado do
mundo simplesmente porque "combati o bom combate, completei a carreira,
guardei a fé" (2 Tm 4:7), que foi o caso de Paulo. O importante é termos
sempre em mente que não devemos desperdiçar nem a vida nem a morte. Minha
primeira reação a qualquer situação é: Deus tem um propósito nisto também. E
isso inclui todos os problemas que passamos, pois cada um tem um propósito
muito definido nos planos de Deus.
Luc 12:22 E disse aos
seus discípulos: Portanto vos digo: Não estejais apreensivos pela vossa vida.]
Jer 29:11 Porque eu bem
sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de
paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Mario Persona