Deus decidiu dar outra
chance à humanidade, recomeçando por intermédio de Noé e abrindo a dispensação
que podemos chamar de 'governo humano'. Noé recebeu autoridade sobre seus
semelhantes, inclusive com poder de condenar à morte aquele que derramasse o sangue
de seu próximo. Isso nunca foi revogado por Deus.
Ao saírem da arca, Noé
e seus filhos encontraram um mundo diferente. A expectativa de vida, que em
poucas gerações cairia para os 120 anos, continuaria a cair até atingir a média
de 30 anos. Foi só no século 20 que a medicina reverteu essa tendência e hoje a
média gira em torno dos 70 anos, quase 900 anos menos que a idade de Matusalém,
avô de Noé.
Nesse novo mundo Deus
deu a carne como alimento, e os animais passaram a temer e a fugir dos homens,
o que não acontecia antes. Tudo ia bem, até Noé, o primeiro governador desses
novos tempos, sucumbir à embriaguez e cair em desgraça. Como sempre acontece
nas dispensações, tudo começa bem e acaba mal. Os descendentes de Noé cuidaram
disso no capítulo 11 de Gênesis.
Ali nós os encontramos
pretenciosos e declarando-se donos do mundo. Eles dizem: "Vamos construir
uma cidade, com uma torre que alcance os céus. Assim nosso nome será famoso e
não seremos espalhados pela face da terra" (Gn 11:4). Porém Deus, falando
na primeira pessoa do plural por ser uma ação do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, declara:
"Eles são um só
povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá
impedir o que planejam fazer. Venham, desçamos e confundamos a língua que
falam, para que não entendam mais uns aos outros" (Gn 11:6-7). O relato
bíblico continua dizendo que "o Senhor os dispersou dali por toda a terra,
e pararam de construir a cidade. Por isso foi chamada Babel [que significa
'confusão'], porque ali o Senhor confundiu a língua de todo o mundo".
O homem havia falhado
na inocência, na consciência e no governo humano. Deus agora chamaria um para
fora da idolatria que assolava o mundo e lhe daria uma promessa. Abrão, nome
que significa "pai exaltado", mais tarde seria chamado de Abraão, ou
"pai de uma multidão". Deus prometia a ele uma terra -- Canaã -- e
uma posteridade, porém não sem sacrifício. Prefigurando o que o próprio Deus
faria séculos mais tarde com seu Filho, Abraão recebeu a ordem de sacrificar
Isaque, seu filho, em holocausto a Deus.
Aquilo tinha por
objetivo provar a fé de Abraão, de que Deus traria seu filho de volta da morte.
Uma vez satisfeito, Deus interrompeu o sacrifício e entregou um carneiro para
ser morto em lugar de Isaque. Anos mais tarde o sacrifício do Filho de Deus não
seria interrompido. O Cordeiro de Deus teria mesmo de morrer.
Fonte: texto de Mário
Persona | http://www.3minutos.net/2012/01/282-uma-nova-chance.html