No final do capítulo 22
de Mateus os fariseus tentam outra vez fazer Jesus tropeçar em alguma palavra.
Agora é a vez de um teólogo da época. Ele pergunta: "Mestre, qual é o
grande mandamento da lei?"
Jesus responde:
"Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e
de todo o teu pensamento". O evangelho de Marcos acrescenta "de todas
as tuas forças". Isso abrange a totalidade do nosso ser: emoção, ânimo,
intelecto e vigor. Se este é o grande mandamento, o grande pecado é amar assim
qualquer outra coisa.
O homem moderno, que
assiste o Discovery Channel, se acha mais evoluído do que as pessoas mostradas
nos documentários adorando uma pedra, uma vaca ou um guru senil. O problema é
que você pode ser idólatra de terno e gravata e com um pós doutorado no
currículo. Basta confiar em qualquer coisa que não seja Deus.
Você só se sente seguro
com os bolsos cheios? O dinheiro é seu deus. Perdeu a vontade de viver porque
levou um fora da garota? Queime incenso no altar dela. É na academia e na dieta
que está sua garantia de vida eterna? Cante louvores à balança. Aquilo que você
mais ama, em que mais confia, no que aposta todas as suas fichas, esse é o
ídolo ao qual você dá o crédito por sua segurança, felicidade e bem estar.
Idolatria é ser controlado
por qualquer outra coisa que não seja Deus. Escolhemos nossos ídolos e nem nos
damos conta do quanto acabamos controlados por eles. Todas as coisas que
consideramos a razão de nosso viver, das quais dependemos e nas quais
confiamos, isso é o nosso panteão, o nosso Olimpo, o altar de nossos
sacrifícios.
Nossa má conduta também
revela quem está no controle. Quando você comete um pecado, como por exemplo a
mentira, está confiando em seus próprios instintos, esquemas e raciocínios, ao
invés de confiar em Deus. Quando se deixa levar pelas tentações, idem. Você
dispensa Deus e entrega o controle a elas.
Talvez não exista um
culto mais frequentado pelo homem moderno do que o culto à vontade própria.
Vivemos prostrados diante do altar de nossos caprichos cantando o mantra:
"Eu mereço ser feliz". Isso nos torna indulgentes para com nossas
manias e iguais a aborígines que alimentam de oferendas um hipopótamo mal
acostumado.
O moderno
espiritualismo nos leva a acreditar que a solução para tudo, inclusive nossa
salvação eterna, esteja em nós. Aí achamos que somos bons por natureza ou que
os possíveis defeitos e pecados possam ser sanados por uma boa dose de boas
ações e espiritualidade.
Quando pensamos assim
estamos de costas para Deus, para aquele que quer ter 100% do controle de nossa
vida e vontade, para poder resolver 100% de nossos problemas, a começar pelo
PRIMEIRO: a purificação de nossos pecados feita há 2 mil anos na cruz.
Fonte: texto de Mário
Persona | http://www.3minutos.net/2008/12/90-o-grande-mandamento.html