Qualquer que seja a razão de
irmos ou não a Jesus, ela será egoísta. Vamos a ele por estarmos doentes,
necessitados ou perdidos, e o evitamos por medo de perder família, amigos ou
posição na sociedade. É o caso deste capítulo 12, que diz que "muitos dos principais creram nele, mas
não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga.
Porque
amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus". Hoje
diríamos que ficaram em cima do muro.
Em sua salvação não há nada de
que você possa se gloriar. Ela vem de Deus, não de você. "Não vem das
obras, para que ninguém se glorie; porque somos feitura sua [de Deus], criados
em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos
nelas". Isso não agrada o ser humano, que adora ser bajulado pelos seus
feitos. Para não perderem as regalias que têm em sua religião, alguns judeus
aqui creem em Jesus, porém não o confessam como Senhor e Salvador.
Todavia, a Palavra de Deus é bem clara ao afirmar, na carta aos
Romanos, que "se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração
creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a
justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação" Rm 10:9-11.
Este capítulo fala dos que não
confessavam publicamente sua fé em Jesus por medo de perderem sua posição no
arraial da sociedade e religião. Você acha que isso mudou com a Igreja? Os
cristãos são feitos da mesma carne que eles, portanto era de se esperar que
dessem um jeitinho para que a fé do coração e a confissão da boca pudessem ser
exercitadas, sem, contudo, perderem o gostinho da bajulação humana.
Por isso você encontra hoje
muitos grupos de cristãos que criaram seus próprios meios de garantir um
recheio para o ego. Primeiro, os dons como evangelista, pastor e mestre -
que não são a mesma coisa que talentos como a habilidade de cantar, falar ou
escrever - viraram títulos honoríficos como os que usamos para autoridades
civis e militares.
Depois foram criados cargos
eclesiásticos como diretor disso e presidente daquilo. Até mesmo títulos
como "Reverendo", que a Bíblia só usa para Deus, passaram a ser
usados por homens comuns e foram criados cursos de teologia que concedem
títulos honrosos como "Doutor em Divindade". O ego adora essas coisas.
Não se engane: Jesus não teve qualquer honraria no arraial do
judaísmo. Ele só experimentou desonra, vergonha e desprezo. Hoje existe
igualmente uma espécie de "arraial da cristandade", e a admoestação
de Hebreus 13 vale para nós também: "Saiamos até ele [Jesus], fora do
arraial, suportando a desonra que ele suportou".
Fonte: texto de Mário Persona | Leitura: João
12:42-43 | Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=cLGuo-zFfCo