À semelhança da
parábola do tesouro escondido, a da pérola
de grande valor é breve, porém igualmente significativa. Trata-se de um
negociante que encontra uma pérola
caríssima e decide vender tudo para ficar com ela. Precisa dizer quem é o
negociante?
Mais uma vez você irá
encontrar pessoas invertendo a interpretação e aplicando a figura do negociante
ao pecador que encontra as boas novas do evangelho e abre mão de tudo para
ficar com Jesus. Ok, vamos supor que seja assim analisando alguns que tiveram
um encontro com Jesus nos próprios evangelhos.
Há um cego de nascença
que abriu mão de sua cegueira, um leproso que abriu mão de sua lepra e até um
ladrão condenado que abriu mão dos cravos que o pregavam a uma cruz. Não me
parece que ser cego, leproso e condenado à morte seja exatamente o que
consideramos um negociante bem sucedido, não é mesmo?
Agora imagine alguém
que, sendo Deus, não fez disso uma limitação para esvaziar-se, se tornar um
servo e assumir a semelhança dos homens, suas criaturas. Imagine Deus descendo
à forma humana humilhando-se a ponto de ser submisso até à morte, e morte de
cruz! Imaginou? Então você acaba de entender quem é esse negociante que abriu
mão de tudo para ficar com a pérola
de grande valor.
Agora vamos à pérola. Primeiro, ela não faz coisa
alguma. Apenas o fato de ela existir é suficiente para fazer dela o objeto de
desejo desse homem. Afinal, a parábola diz que ele procura pérolas preciosas, e não haveria esperança para nós se a iniciativa
não tivesse sido dele. A recíproca não é verdadeira. No livro de Romanos diz
que não há um que procure a Deus.
Assim como a pérola é o resultado do ferimento
causado por um grão de areia que penetra na ostra, a igreja, ou o conjunto dos
salvos por Cristo, é uma conseqüência de sua morte na cruz, de seu lado ferido
pela lança do soldado romano, pelo seu sangue derramado para nos purificar de
nossos pecados.
A pérola foi tirada das profundezas escuras do mar. A igreja, e
quando digo igreja quero dizer as pessoas salvas por Cristo, foi tirada do mais
profundo abismo do pecado e da morte para ser chamada de pura e preciosa por
Deus. Assim como a pérola é
perfeita, assim Deus enxerga o conjunto dos que foram salvos por Jesus.
Porém, se a pérola é a manifestação perfeita
daquilo que é valor para Deus, os peixes da próxima parábola voltam a nos
lembrar da mistura que existe no caráter exterior do reino dos céus. Nele o que
cai na rede é peixe, mas nem sempre é peixe bom. Na próxima postagem.
Leitura: Mateus
13:45-46
Fonte: texto de Mário
Persona | http://www.3minutos.net/2008/10/53-perola.html