quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Princípios Fundamentais sobre os Quais a Igreja é Edificada - C. H. Brown

Atos 2.37-47

Na Palavra de Deus encontramos o pensamento de Deus com referência à igreja de Deus. Lemos em Atos 20 que a igreja é muito querida ao coração de Deus, pois Ele pagou por ela com o sangue do Seu único Filho. Ele zela por essa igreja para que ela possa seguir adiante e permanecer em todos os seus privilégios que lhe foram garantidos na Palavra de Deus pelo Espírito Santo enviado do céu.

A igreja de Deus era algo novo e distinto naqueles dias de Atos. Ela nunca havia sido o objeto de profecia direta, apesar de poder ser encontrada escondida em tipos e sombras desde o primeiro tipo mais importante que aparece na Bíblia, até a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Mas quanto à sua existência real, a igreja de Deus nunca existiu até aquele dia memorável quando os 120 foram reunidos no cenáculo e o Espírito de Deus desceu e os batizou em um único corpo. A Cabeça ascendida no céu assumiu a responsabilidade de equipar Sua igreja com todos os dons necessários. Ele ainda vive, Ele ainda está na glória, Ele ainda cuida de Sua igreja, Ele ainda concede dons, e Ele ainda cuida de cada indivíduo que faz parte deste corpo.

No Novo Testamento, principalmente em Atos e nas epístolas, todos os detalhes foram providenciados especialmente para nós, principalmente os princípios fundamentais sobre os quais a igreja foi edificada, e pelos quais – e para os quais – ela foi formada.

Quem Eram Eles?

Veja o versículo 42 do capítulo 2: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações". Diz que eles "perseveravam". Quem eram eles? O novo grupo, aquela companhia de pessoas batizadas com o Espírito de Deus, e batizadas com água para que se identificassem com essa nova posição aqui neste mundo.

Portanto aqui vemos uma companhia de pessoas batizadas; eles haviam recebido a Palavra e foram batizados. Naquele dia em particular, quando Pedro fez sua pregação, três mil almas foram acrescentadas. "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações." Qualquer grupo de cristãos que rejeite qualquer uma destas quatro coisas não está agindo em conformidade com o plano que Deus tem em mente. Lembre-se: é a igreja dEle, e Ele é Quem decide o caminho, e tanto eu como você só estaremos obedecendo se estivermos seguindo aquilo que é a Palavra de Deus. Uma das características de um cristão é "perseverar".

A Doutrina dos Apóstolos

Qual destas quatro coisas vem primeiro no versículo 42? A doutrina dos apóstolos. Estamos vivendo numa época de superficialidade de pensamento. As pessoas dizem que a doutrina não faz nenhuma diferença, todavia ela faz toda diferença. A doutrina é algo solene, ela tem a preeminência, e você encontra isso repetidamente na Palavra de Deus.

Abra em 1 Timóteo 1, no final do versículo 10: "...e para o que for contrário à sã doutrina". Acaso Deus não se importa com o que você crê? Na mesma epístola, capítulo 4.13, "Persiste em ler, exortar e ensinar [doutrinar], até que eu vá". Acaso não faz diferença em que você crê? Dê atenção à doutrina. Então, no versículo 16, "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem". Você quer ser usado para bênção de outros? Então permaneça na sã doutrina, pois vivemos numa época em que precisamos estar atentos quanto à sã doutrina.

Abra agora em 1 Timóteo 6.3,4: "Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe". De nada vale se vangloriar de possuir um dom, de nada vale ostentar nossas talentosas habilidades, se nossa doutrina não se enquadrar na Palavra de Deus. Nada sabemos aparte da vontade revelada de Deus, como a encontramos na Palavra de Deus.

Em 2 Timóteo 1.13 lemos: "Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus". Eu e você não podemos nos permitir fazer experiências com a verdade de Deus. Em 2 João o apóstolo nos alerta: "Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho".

E outra vez, em 2 Timóteo 3.10, "Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência". A doutrina e o modo de viver são duas coisas que andam juntas. O homem irá lhe dizer que não faz nenhuma diferença em que você crê – que o mais importante é o modo de viver. Isto é falso. A doutrina vem primeiro. Você não pode viver certo se não crer certo. Não pense que você pode separar a conduta da doutrina. A única conduta correta que Deus pode contemplar com complacência é a conduta que deseja obedecer à Palavra de Deus revelada. Minha doutrina e minha conduta compõem meu modo de vida.

"Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas" (2 Tm 4.2-4). É aí que estamos; já atingimos este ponto; não suportarão a sã doutrina.

A Comunhão dos Apóstolos

Volte para Atos 2.42, "E perseveravam... na comunhão [dos apóstolos]". Não apenas na doutrina dos apóstolos, mas também na comunhão dos apóstolos. Existem hoje muitas comunhões neste mundo, mas aqui se trata da comunhão dos apóstolos. De que se trata? Trata-se da comunhão que resulta da associação daqueles que guardam a doutrina dos apóstolos. Em outras palavras, se estiver determinado a observar a doutrina dos apóstolos, você fará isto, e se eu também fizer o mesmo, nos encontraremos juntos. Será algo fundamentado e baseado na doutrina dos apóstolos. Vemos isto acontecendo aqui no versículo 44 deste capítulo: "E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum." Não existe nenhum caminho assinalado nas Escrituras para alguém andar sozinho nas coisas de Deus. Não, e não pense que você está agradando o Senhor quando está andando separado de seus irmãos. Sei que são falhos. Eu sou um deles, e sei que sou uma prova para meus irmãos, mas oh, meus irmãos têm sido tão bons para comigo que busco por graça para seguir adiante com eles.

Partir o Pão

Existe agora outro ponto: comunhão e partir o pão. Alguns cristãos parecem sentir que existem dois tipos de cristãos no mundo: aqueles que partem o pão e aqueles que não partem o pão. Nunca encontrei tal coisa em minha Bíblia. A não ser quando nos encontramos sob disciplina, partimos o pão. Evidentemente não esperamos que aqueles que se encontram sob disciplina partam o pão.

Mas não encontro nas Escrituras que exista uma classe de pessoas que partem o pão, enquanto outras não. Não há tal coisa, mas o normal é que parta o pão, se for um filho de Deus. Este era um dos privilégios da nova posição que tinham como cristãos: este sagrado privilégio que é partir o pão. O Senhor pediu que fizessem isto e eles alegremente atenderam ao pedido. Sei que estamos vivendo dias de enorme confusão, e é difícil você encontrar que caminho trilhar. Estou pronto a admitir isto, mas não se trata de uma desculpa para você seguir adiante sem partir o pão. Você é cristão? Você sabe que seus pecados estão perdoados? Ora, então por que é que você não está lembrando o Senhor no partimento do pão? Trata-se de algo solene. Ele nos pediu que fizéssemos isto. Ele não disse: "Se você quiser, faça assim", ou "se você concordar..." Ele disse "fazei isto". Não disse "vá pregar o evangelho"; não disse "vá ser missionário em outro país", mas "fazei isto em memória de Mim".

Eles perseveravam no partimento do pão; não desistiram. Alguns de nós conhecem crentes que partiram o pão por algum tempo e então pararam de lembrar o Senhor. Quando indagados da razão de terem parado, responderam que ficaram ofendidos por uma razão qualquer. Mas nunca encontrei alguém que tivesse sido ofendido pelo Senhor Jesus Cristo, e, todavia foi Ele Quem disse, "Fazei isto em memória de Mim". Por que não podemos ser mais pacientes uns para com os outros? Será que você acha que você particularmente nunca é uma provação para seus irmãos? Será que você não pode encontrar graça suficiente para seguir andando com eles? Você acha que pode se dar por desculpado ao não cumprir o pedido do Senhor só porque alguém feriu seus sentimentos?

Oração

A última coisa que mencionei foi "oração". Ela ocupa um grande lugar nas Escrituras. O Senhor Jesus nos deixou exemplo; Ele era um homem de oração. Quando olhamos para a vida dos apóstolos vemos que também eram homens de oração. Quando Pedro estava na prisão e sua cabeça estava para ser decepada no dia seguinte, os santos de Deus estavam na casa da mãe de João Marcos, de joelhos, para passarem a noite em oração. Não estavam simplesmente repetindo rezas; eles estavam orando fervorosamente. Aquelas orações penetraram na presença de Deus; elas subiram até o trono de Deus, e Deus as ouviu e respondeu de maneira poderosa. Pedro foi gloriosamente libertado. Mas assim que foi libertado e pôde entender o que havia acontecido, seguiu direto para aquele poderoso gerador de sua libertação – aquela pequena reunião de oração em um lar.

Suponha que você estivesse vivendo naquele tempo e soubesse que Pedro estava sendo perseguido e que seria morto. Será que você diria, "Estou cansado hoje; acho que vou ficar em casa hoje à noite. Acho que não vou à reunião de oração"? Então no dia seguinte você escutaria o que aconteceu. Certamente ficaria desapontado; você diria, "Eu gostaria de ter estado ali e orado a Deus por Pedro". Oh, sim, você teria desejado estar naquela reunião de oração. Não despreze a reunião de oração e não a tenha como algo de pouca importância; uma assembleia sem reunião de oração é uma assembleia doente. Graças a Deus hoje é dia de reunião de oração!

Estivemos ocupados com o caminho simples dos santos do Novo Testamento. Será que desejamos, no pouco tempo que nos resta, andar na simplicidade daquele caminho, deixando zelosamente de lado tudo o que seja contrário a ele, que nos faça desviar dele, ou que acrescente alguma coisa a ele? Se estivermos desejosos de seguir por ele, algum dia poderemos ouvir, "Bem está, servo bom e fiel"; não "servo bom e bem sucedido", mas "servo bom e fiel". Que Deus conceda que seja assim.

[C. H. Brown]

Tradução: Cristina Marucci

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

As Duas Testemunhas - Bruce Anstey

Clichê (sem fundamento): Na Grande Tribulação, Moisés e Elias voltarão à Terra e pregarão ao mundo, como duas testemunhas de Deus (Ap.11:3).

Muitos pensavam que, uma vez que o profeta Malaquias disse que Deus iria enviar "Elias, o profeta”, antes do grande e terrível Dia do Senhor" (Ml.4:5), e que ele e Moisés (uma vez que eles estavam juntos no Monte da Transfiguração-Mt.17:3.) retornariam pessoalmente como testemunhas na Terra durante a Grande Tribulação. Esta é uma suposição que resulta da tendência de se dar às profecias um caráter sensacionalista.

O capítulo 11 do livro Apocalipse é interpretado literalmente, ainda que o primeiro versículo desse livro nos ensine que  as profecias nesse caso são “figuras”, significando que elas devem ser entendidas como “símbolos” (Ap.1:1). Se não for assim, poderemos chegar a algumas ideias bastante fantasiosas de como as coisas acontecerão no final dos tempos.

A interpretação ortodoxa da Bíblia indica um cumprimento literal das Escrituras. Isso não significa que toda palavra ou frase encontrada na Bíblia seja literal, mas que o cumprimento dessas coisas será literal.

O Espírito de Deus usa muitas figuras e símbolos na Palavra para simbolizar coisas que são literais. Por exemplo, a Escritura fala de "o sol" não brilhando e "as estrelas" caindo do céu (Mt.24:29). Isso não pode ser entendido literalmente. Se o sol parasse de brilhar, toda a vida na Terra morreria. Além disso, a maioria das estrelas são milhares de vezes maiores do que a Terra; se uma delas fosse cair na Terra ela seria destruída imediatamente.

Essas coisas são, obviamente, simbólicas. Elas têm a finalidade de mostrar que a grande apostasia que o Anticristo trará, resultará no afastamento da verdade e da luz divina(o sol) para bem longe dos homens, e que muitos líderes dentre os homens (as estrelas) irão sucumbir à escuridão espiritual e não mais temerão a Deus. Estas são coisas literais que acontecerão.

Interpretando as "duas testemunhas" simbolicamente, vemos que Deus levantará um testemunho apropriado (indicado com o número 2 nas Escrituras) na terra de Israel, em oposição à malignidade da Besta e do Anticristo. Isso  será uma parte do remanescente judeu que será autorizada por Deus para esse testemunho especial.

F. B. Hole disse: A questão naturalmente surge; devemos entender esses versos como predizendo o levantar-se de dois homens reais; ou Deus levanta e mantém pelo tempo que Lhe convier um suficiente e poderoso testemunho com as características de Elias e Moisés, ou são mesmo os dois?  Estamos inclinados ao segundo ponto de vista especialmente por causa do caráter simbólico de todo o livro.

Pensamos então que eles indicam – não um grande e abundante testemunho; isso seria indicado pelo número 3 e não 2 – mas um testemunho suficiente, divino, na verdade, miraculosamente preservado e  sustentado nesta época."(The Revelation p.247).

W. Scott disse: "Sobre a questão do número 2 de testemunhas, inúmeras hipóteses têm surgido, tal como os dois Testamentos, a Lei e o Evangelho, Huss e Jerome, os Valdenses e os Albigenses, etc.

Outros, demonstrando mais razão e com aparente sanção da Escritura, supõem que Moisés e Elias são as duas testemunhas, citando Ml.4:5 como prova de sua afirmação. A frase desse versículo  “Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo” não implicaria na presença pessoal do grande legislador nas cenas dos últimos dias; enquanto que no versículo 5 parece realmente uma declaração expressa de que o distinguido profeta deve novamente aparecer na Palestina: “Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor”.

Um testemunho completo e adequado é a intenção propositadamente pretendida no número das testemunhas. Parece-nos que um número maior do que dois, é trazido diante de nós nesta solene crise, e que também o versículo 8 supõe um grupo de testemunhas mortas." (The Book of Revelation, p.230).

Essa questão foi submetida ao editor da revista Help and Food: "Pergunta: Por gentileza você poderia explicar o significado das "duas testemunhas" de Ap.11:3?

Resposta: Nós acreditamos que eles são o fiel remanescente judeu que Deus levantará durante a segunda metade da última semana de Daniel - o tempo da Grande Tribulação. O número 2 não é necessariamente literal, mas revela um testemunho adequado, assim como a Lei exigia.... Assim como foi com Moisés e Elias, cujo testemunho foi em circunstâncias semelhantes, ainda que o Rei já estivesse longe, eles estavam em humilhação e sofrimento" (Help and Food, vol.19, p.252).

Tradução: Kleber Castanhar | Revisão: Paulo Martins e Rosimeri Martins
Extraído do livro "UNSOUND DOCTRINAL STATEMENTS & CLICHÉS (Commonly Accepted as Truth) - Bruce Anstey - 46) The Two Whitnesses - Tradução páginas 111 a 113.

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A Glorificação dos Corpos dos Crentes - Bruce Anstey

Clichê (sem fundamento): No Arrebatamento, os crentes receberão "novos" corpos.

Isto está sendo dito com frequência - e entendemos o que as pessoas querem dizer - mas se esta afirmação for considerada como dita acima, não está correta segundo a Escritura. Se os santos receberem "novos" corpos quando o Senhor vier, qual seria a necessidade de o Senhor ressuscitar os corpos que os santos tinham quando vivos?

2Co.5:1-2 é usado erroneamente para ensinar que, quando o Senhor vier, Ele trará consigo os santos com novos corpos celestiais. E, naquele momento, Ele fará com que as almas e os espíritos daqueles que morreram entrem em seus novos corpos. Isto pode até aparentemente estar correto, mas estará negando a ressurreição dos corpos dos santos! Implica que os seus espíritos e almas serão ressuscitados, o que não é verdade. São os corpos em que viviam que serão ressuscitados - não seus espíritos e almas (Mt.27:52.). Almas e espíritos não morrem, e portanto, não precisam de ressurreição.

Outros têm especulado no sentido inverso. Eles usam 1Ts.4:14 para nos dizer que quando o Senhor vier, Ele trará as almas e os espíritos dos santos com Ele, e naquele exato momento, Ele ressuscitará os seus corpos incorruptíveis, e suas almas e espíritos retornarão a seus corpos ressuscitados, indo para o céu com o Senhor.

A verdade é que nenhuma dessas ideias está correta. 2Co.5:1-2 não ensina que o Senhor tem novos corpos para os santos com Ele no céu, e que trará com Ele na sua vinda. Esse versículo simplesmente diz que há um eterno e glorificado estado aguardando por nossos corpos, que permitirá habitarmos "nos céus" com Cristo. Também não é em 1Ts.4:14 que diz sobre as almas e espíritos sem os corpos dos santos que acompanharão o Senhor quando Ele vier. Esse versículo está falando dos santos glorificados (em seus espíritos, almas e corpos) vindo com Cristo, na sua aparição; não está se referindo ao Arrebatamento. Os versículos 15-18, que se referem ao Arrebatamento, são parênteses explicando como os santos foram para o céu, para que eles pudessem voltar com o Senhor, na sua aparição.

Para evitar esta confusão de entendimento, a Escritura toma todo o cuidado de nunca dizer que teremos "novos" corpos. Ela diz que os santos receberão corpos "transformados" (Jó.14:14; 1Co.15:51-52; Fp.3:21). A Escritura ensina que os próprios corpos que os santos tiveram em suas vidas serão ressuscitados - mas em uma condição completamente diferente de glorificação (Lc.14:14; Jo.5: 28-29.; 1Co.15: 51-55; 1Ts.4: 15-16, etc.). Paulo disse: "todos nós seremos transformados." (1Co.15:51). Isso inclui os corpos dos santos mortos (“corruptíveis") e também os corpos dos santos vivos (“mortais") (1Co.15: 53-54).

Talvez, os que dizem que vamos receber “novos” corpos, queiram dizer que nossos corpos serão “renovados”, o que seria verdade. Mas não existe isso de os santos receberem um outro corpo, em que a declaração citada no início (Clichê) infelizmente implica.

Tradução: Kleber Castanhar | Revisão: Paulo Martins e Rosimeri Martins
Extraído do livro "UNSOUND DOCTRINAL STATEMENTS & CLICHÉS (Commonly Accepted as Truth) - Bruce Anstey - 43) The Glorification of Believers' Bodies- Tradução páginas 106 a 107.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

O Estado Intermediário do Perdido - Bruce Anstey

Os incrédulos que morreram em seus pecados foram para o inferno?

Clichê (sem fundamento): "Ele morreu e foi para o inferno."

Esta declaração reflete um mal-entendido do estado presente e futuro dos perdidos que partiram deste mundo pela morte.

A Escritura indica que "inferno"("Ghenna" em grego) é a morada eterna dos condenados (Mt.5:22, 29,30; 10:28; 18:9; 23:15,33; Mc.9:43,45,47; Lc.12:5; Tg.3:6). O "lago de fogo" é uma figura desse horrível lugar de juízo (Ap.19:20; 20:14-15). Não é literalmente um lago com fogo, como alguns imaginam. "Fogo" na Escritura é uma figura para juízo. E "lago" é um lugar de confinamento - a água literalmente drena para o lago e fica confinada lá. Assim, o lago de fogo é um lugar de confinamento sob o juízo de Deus. E ao contrário do que nos é ensinado tradicionalmente, nenhum homem ou demônio está no inferno atualmente! Ele tem sido "preparado" (Mt.25:41), mas está vazio. Além disso, todo ser humano que será lançado no inferno não vai estar morto – mas sim fisicamente vivo!

A morte é uma condição temporária para todos os que morrem - tanto para os salvos, quanto para os perdidos. Aqueles que morrem em seus pecados subirão novamente na "ressurreição da condenação" (Jo.5:29; At.24:15). Em Ap.20:5 lemos que eles "voltam à vida" novamente para serem julgados por seus pecados antes de serem lançados no inferno. Apocalipse 20, identifica tais pessoas más como "os mortos", mas eles não estarão mais mortos quando forem lançados no lago de fogo.

Poderíamos perguntar: "Onde, ou em que condição, estão os perdidos que morreram?" A resposta é: as almas de todos os que morreram (crentes e incrédulos) estão atualmente em um estado intermediário entre a morte e a ressurreição. Este estado é chamado de "Sheol" no Antigo Testamento e "Hades" no Novo Testamento. Hades (Sheol) refere-se ao mundo invisível dos espíritos dos mortos, sem especificar em que condições eles estão. A Escritura indica que há duas condições opostas no Hades (Sheol): Há "tormento" para os perdidos (Lc.16:24-25) e gozo ("paraíso") para os crentes (Lc.23:43).

Uma consulta foi submetida ao editor da revista Help and Food a respeito do Hades: "Pergunta: O que é Hades?" “Resposta: Sem dúvida é todo o mundo invisível, incluindo salvos e perdidos. Ver Lc.16:23 e Ap.20:13-14 para os perdidos, e At.2:27,31 para o nosso bendito Senhor. Hades corresponde ao Sheol do Antigo Testamento" (revista Help and Food, vol. 14, p. 140). Gostaríamos de acrescentar 1Co.15:55 a estas referências, onde consta que os crentes que morreram estão no Hades. A versão King James da Bíblia traduz este versículo como "sepultura", mas a palavra no grego é "Hades" e deveria ser traduzida como tal (J. Green's Interlinear; Wigram's; Strong's, etc.).

O que pode causar confusão é que Hades está erroneamente traduzido como "inferno" em dez lugares na versão King James da Bíblia (Mt.11:23; 16:18; Lc.10:15; 16:23; At.2:27, 31; 1Cor.15:55 -margem; Ap.1:18; 6:8; 20:13-14). Em cada uma dessas referências deve-se ler "Hades." Em uma tradução mais criteriosa, como a versão de J. N. Darby, isso é imediatamente esclarecido.

Assim, aqueles que morreram em seus pecados ainda não estão no inferno, e quando eles forem lançados lá, não estarão mortos. Atualmente eles estão em tormento no Hades e serão ressuscitados no final dos 1.000 anos do reinado de Cristo para serem julgados, e então lançados vivos no inferno - no lago de fogo (Ap.20:11-15). Portanto, em vez de dizer, "Ele morreu e foi para o inferno," será mais correto dizer: "Ele morreu em seus pecados e está em uma eternidade perdida agora."

Tradução: Kleber Barbosa | Revisão: Paulo Martins e Rosimeri Martins
Extraído do livro "UNSOUND DOCTRINAL STATEMENTS & CLICHÉS (Commonly Accepted as Truth)" Bruce Anstey - 1) The Intermediate State of the Lost - Tradução páginas 19 a 21.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

O Estado Intermediário dos Crentes - Bruce Anstey

Crentes no Senhor Jesus Cristo que morreram estão em glória?

Clichê (Sem Fundamento): “O irmão Fulano-de-Tal está na glória agora”.

Esta afirmação reflete um mal-entendido sobre os estados presente e futuro dos crentes que deixaram este mundo pela morte. As almas e os espíritos de todos os que morreram na fé estão agora com Cristo no céu, mas eles ainda não estão lá em um estado glorificado. Além disso, não seria correto dizer que eles estão "na glória".

Todos os que morreram na fé estão em um estado separado ou intermediário, ou “despido”(2Co.5:4). Suas almas e espíritos estão "com Cristo" no céu (Fp. 1:23). Sabemos que eles estão no "céu", porque é onde Cristo está (Lc.24:51; At.1:9-10;3:21;7:55; Fp.3:20; Hb.4:14.). Além disso, Paulo afirma que essas pessoas sem corpos estão no "paraíso", que ele correlaciona com o "céu" (2Co.12: 2-4). O Senhor declarou o mesmo estado para o ladrão (Lc.23:43). Ele também ensinou que as almas e os espíritos que deixaram os corpos de crianças que morreram antes da idade de entendimento, estão agora no "céu" (em Mt.18:10 - "seus anjos" é uma referência aos espíritos que deixaram os corpos delas; leia At.12:15). Os corpos de todas essas pessoas, no entanto, permanecem nos túmulos.

A confusão surge porque as pessoas usam expressões como: "em glória" e "na glória" para se referir ao céu. A versão King James da Escritura não ajuda nesse assunto, afirmando que Cristo foi "recebido na glória" em Sua ascensão, o que implica que a glória é um lugar no céu (1Tm.3:16). No entanto, é uma tradução equivocada. O versículo deveria dizer que Ele foi recebido "em glória", o que significa que Ele subiu ao céu em um estado glorificado. Assim, "glória" é uma condição, não um lugar. A expressão "na glória" não é usada na Escritura para indicar um lugar no céu. Nós portanto, não deveríamos usá-la dessa maneira, como um lugar no céu, porque confunde o atual estado dos fiéis que partiram, com o seu futuro estado de glorificação. As almas e espíritos dos crentes falecidos estão definitivamente no céu com o Senhor agora, mas eles ainda não estão em um estado glorificado. Seus corpos ainda estão na sepultura, e precisam ser ressuscitados. J.N.Darby disse: "O estado intermediário não é a glória (para isso precisamos esperar pelo corpo. Ele sobe em glória; O Senhor transformará nossos corpos, como o seu corpo glorificado.)" (Collected Writings, vol . 31 p.185).

Os mortos em Cristo (cristãos), e todos os santos do Antigo Testamento, estão em um estado separado (sem corpo), esperando para serem glorificados. Isso ocorrerá quando Cristo vier no Arrebatamento (1Co.15:51-57; Fp.3:20-21; Hb.11:40; 1Jo3:2). Os crentes que estiverem vivos na Terra estão "presentes no corpo" (2 Co.5:6), e também estão esperando para serem glorificados.

A transformação de ambos (os que partiram e os santos vivos) irá ocorrer ao mesmo tempo (quando o Senhor vier), e vai ser tão rápido como um "piscar de olhos" (1 Co.15:23; 53-55). A diferença é que aqueles que morreram na fé estão atualmente numa brilhante "sala de espera", por assim dizer, porque eles estão com Cristo em um pleno estado de gozo, que é "muito melhor" do que qualquer coisa que uma pessoa viva na Terra poderia experimentar (Fp.1:23). Por isso, os santos que morreram e passaram a estar com o Senhor não estão glorificados ainda, e, portanto, não seria correto dizer que eles estão "em glória". Há apenas um homem glorificado atualmente - O próprio Cristo (At.3:13; Fp.2: 9-11; 1Tm.3:16; 1Pe.1:21).

Se pararmos e considerarmos as ramificações desta idéia errada - e se analisadas até sua conclusão lógica - irá resultar na exclusão da necessidade da ressurreição! Como vimos, a Escritura ensina que os santos falecidos serão glorificados na primeira ressurreição (1 Cor.15:23, 51-57.) quando o Senhor vier (1Ts.4:15-18.). Mas, se eles já foram glorificados, qual é a necessidade da ressurreição?

Portanto, em vez de dizer que o irmão Fulano-de-Tal está "na glória agora," seria mais correto dizer que ele está com o Senhor no céu, em uma condição de gozo, o que é muito melhor.

Tradução: Kleber Barbosa | Revisão: Paulo Martins e Rosimeri Martins
Extraído do livro "UNSOUND DOCTRINAL STATEMENTS & CLICHÉS (Commonly Accepted as Truth)" Bruce Anstey - 2) The Intermediate State Of Believers - Tradução páginas 21 a 23.

2022 será o ano da tua vitória!

Caro cristão, se alguém te disser: "2022 será o ano da tua vitória!" Responda: Estás atrasadíssimo, o ano da vitória do cristão fo...