Crentes no Senhor Jesus Cristo que morreram estão em glória?
Clichê (Sem Fundamento): “O irmão Fulano-de-Tal está na glória agora”.
Clichê (Sem Fundamento): “O irmão Fulano-de-Tal está na glória agora”.
Esta
afirmação reflete um mal-entendido sobre os estados presente e
futuro dos crentes que deixaram este mundo pela morte. As almas e os
espíritos de todos os que morreram na fé estão agora com Cristo no
céu, mas eles ainda não estão lá em um estado glorificado. Além
disso, não seria correto dizer que eles estão "na glória".
Todos
os que morreram na fé estão em um estado separado ou intermediário,
ou “despido”(2Co.5:4). Suas almas e espíritos estão "com
Cristo" no céu (Fp. 1:23). Sabemos que eles estão no "céu",
porque é onde Cristo está (Lc.24:51; At.1:9-10;3:21;7:55; Fp.3:20;
Hb.4:14.). Além disso, Paulo afirma que essas pessoas sem corpos
estão no "paraíso", que ele correlaciona com o "céu"
(2Co.12: 2-4). O Senhor declarou o mesmo estado para o ladrão
(Lc.23:43). Ele também ensinou que as almas e os espíritos que
deixaram os corpos de crianças que morreram antes da idade de
entendimento, estão agora no "céu" (em Mt.18:10 - "seus
anjos" é uma referência aos espíritos que deixaram os corpos
delas; leia At.12:15). Os corpos de todas essas pessoas, no entanto,
permanecem nos túmulos.
A
confusão surge porque as pessoas usam expressões como: "em
glória" e "na glória" para se referir ao céu. A
versão King James da Escritura não ajuda nesse assunto, afirmando
que Cristo foi "recebido na glória" em Sua ascensão, o
que implica que a glória é um lugar no céu (1Tm.3:16). No entanto,
é uma tradução equivocada. O versículo deveria dizer que Ele foi
recebido "em glória", o que significa que Ele subiu ao céu
em um estado glorificado. Assim, "glória" é uma condição,
não um lugar. A expressão "na glória" não é usada na
Escritura para indicar um lugar no céu. Nós portanto, não
deveríamos usá-la dessa maneira, como um lugar no céu, porque
confunde o atual estado dos fiéis que partiram, com o seu futuro
estado de glorificação. As almas e espíritos dos crentes falecidos
estão definitivamente no céu com o Senhor agora, mas eles ainda não
estão em um estado glorificado. Seus corpos ainda estão na
sepultura, e precisam ser ressuscitados. J.N.Darby disse: "O
estado intermediário não é a glória (para isso precisamos esperar
pelo corpo. Ele sobe em glória; O Senhor transformará nossos
corpos, como o seu corpo glorificado.)" (Collected Writings, vol
. 31 p.185).
Os
mortos em Cristo (cristãos), e todos os santos do Antigo Testamento,
estão em um estado separado (sem corpo), esperando para serem
glorificados. Isso ocorrerá quando Cristo vier no Arrebatamento
(1Co.15:51-57; Fp.3:20-21; Hb.11:40; 1Jo3:2). Os crentes que
estiverem vivos na Terra estão "presentes no corpo" (2
Co.5:6), e também estão esperando para serem glorificados.
A
transformação de ambos (os que partiram e os santos vivos) irá
ocorrer ao mesmo tempo (quando o Senhor vier), e vai ser tão rápido
como um "piscar de olhos" (1 Co.15:23; 53-55). A diferença
é que aqueles que morreram na fé estão atualmente numa brilhante
"sala de espera", por assim dizer, porque eles estão com
Cristo em um pleno estado de gozo, que é "muito melhor" do
que qualquer coisa que uma pessoa viva na Terra poderia experimentar
(Fp.1:23). Por isso, os santos que morreram e passaram a estar com o
Senhor não estão glorificados ainda, e, portanto, não seria
correto dizer que eles estão "em glória". Há apenas um
homem glorificado atualmente - O próprio Cristo (At.3:13; Fp.2:
9-11; 1Tm.3:16; 1Pe.1:21).
Se
pararmos e considerarmos as ramificações desta idéia errada - e se
analisadas até sua conclusão lógica - irá resultar na exclusão
da necessidade da ressurreição! Como vimos, a Escritura ensina que
os santos falecidos serão glorificados na primeira ressurreição (1
Cor.15:23, 51-57.) quando o Senhor vier (1Ts.4:15-18.). Mas, se eles
já foram glorificados, qual é a necessidade da ressurreição?
Portanto,
em vez de dizer que o irmão Fulano-de-Tal está "na glória
agora," seria mais correto dizer que ele está com o Senhor no
céu, em uma condição de gozo, o que é muito melhor.
Tradução:
Kleber Barbosa | Revisão: Paulo Martins e Rosimeri Martins
Extraído
do livro "UNSOUND DOCTRINAL STATEMENTS & CLICHÉS (Commonly
Accepted as Truth)" Bruce Anstey - 2) The Intermediate State Of
Believers - Tradução páginas 21 a 23.