Leitura:
Mateus 12:1-8; Marcos 2:23-28; Lucas 6:1-5
Nos
últimos 3 minutos vimos o amoroso convite do Salvador para irmos a
ele, não a uma religião. A palavra "religião" vem de
"religar" ou "reconectar", considerando que o
homem perdeu a conexão com Deus. Porém é Deus quem faz essa
reconexão, não o homem.
Quando
o homem tenta se reconectar com Deus ele parte do princípio de que é
capaz de fazer isso seguindo uma lista de regras. O resultado?
Suas regras acabam sendo mais para prejudicar o ser humano do que
para ajudá-lo. Suas regras viram um sacrifício que joga para
escanteio qualquer sentimento de misericórdia. Foi o que os judeus
fizeram com o sábado, o dia que era para servir de descanso na lei
dada a Moisés.
Como
estavam com fome, ao atravessarem um campo de cereais os discípulos
de Jesus colheram a colher espigas, esfregá-las com as mãos e comer
os grãos. Nada de estranho aí. Você também come aveia, que é um
grão cru esmagado ou moído.
Segundo
a lei dada no Antigo Testamento aquilo não era roubo, pois era
permitido que um viajante se alimentasse das plantações alheias,
desde que não usasse uma foice. Deus pensava no bem-estar dos
viajantes numa época quando não havia lanchonetes nas estradas.
O problema para os fariseus foi os discípulos terem feito isso no
sábado, e os fariseus consideraram aquilo trabalho.
As
intenções de Deus são para o bem-estar do ser humano, não para o
seu sofrimento. A história do cristianismo está cheia de casos
de auto-flagelo, pessoas que causam sofrimentos a si mesmas,
chicoteando o próprio corpo, subindo escadarias de joelhos ou até
se deixando pregar numa cruz achando que seu próprio sofrimento
serve para pagar por seus pecados. Mas como pagar por algo que já
foi pago há 2 mil anos?
Talvez
você pergunte: E o jejum? Vou dizer o que é o jejum o a
abstenção de alguma coisa. Você se lembra daquela vez em que
ficou tão apaixonado por alguém que até se esquecia de almoçar e
jantar? É desse jejum que a Bíblia fala, de você ficar tão
apaixonado por Deus que as coisas perdem sua importância.
Jesus
mostra aos fariseus que Deus não quer sacrifícios, Deus quer
misericórdia. Lembra a eles que Davi e seus homens, quando
tiveram fome, comeram os pães que ficavam no templo, que só os
sacerdotes podiam comer. É claro que se na época Davi tivesse sido
respeitado como rei e não precisasse viver no exílio, não
precisaria ter feito aquilo. E o que temos aqui?
O
Rei de reis, o Sumo Sacerdote, aquele que é maior que o templo de
Jerusalém, aquele que é Senhor do sábado, rejeitado por sua nação
e, principalmente, pelos religiosos de sua época. Se Jesus tivesse
sido recebido não precisariam fazer aquilo. Ao deixar de lado a
misericórdia e valorizar o ritualismo a religião acaba deixando
Jesus de fora.
E
para dar mais uma prova de quem ele realmente era, nos próximos 3
minutos Jesus irá exercer misericórdia no dia que ele mesmo tinha
criado: o sábado.
Fonte:
texto de Mario Persona |
http://www.3minutos.net/2008/09/39-o-sbado.html