Leitura:
Mateus 9:14-17; Marcos 2:18-22; Lucas 5:33-39
Aquele
que nos últimos 3 minutos tinha sido questionado quanto à sua
idoneidade por comer com corruptos e pecadores, agora revela mais um
lampejo de quem ele realmente era: o noivo.
Quando
alguns indagam por que os discípulos de João Batista jejuavam e
seus discípulos não, Jesus estabelece uma distinção clara
entre o passado e o presente. Não fazia sentido os convidados do
noivo jejuarem agora que o noivo estava ali.
A
mensagem para qualquer bom entendedor judeu era clara. No Antigo
Testamento Deus é chamado de noivo. Aqui Jesus anuncia também sua
morte: viria um dia quando o noivo seria tirado. Isso mostra que
sua morte não foi um acidente da história, mas algo que fazia parte
de um plano maior.
As
pessoas precisavam entender que até João Batista havia vigorado uma
forma de Deus tratar com o homem. Até então o homem tinha sido
provado sob a lei dada a Moisés, e tinha ficado claro que ninguém
seria capaz de ser salvo obedecendo os mandamentos. Ali estava o
único capaz de obedecer, Jesus, o Filho de Deus, que estava prestes
a trocar de lugar conosco. Ele se colocaria no lugar que nós
merecíamos estar - sob o juízo de Deus e na morte - e nos colocaria
no lugar que ele tinha por natureza e que não merecíamos ter: o
céu.
Mas
não seria possível receber isso misturando a velha forma de Deus
tratar com o homem - a Lei do Antigo Testamento - com a nova - a
graça ou favor imerecido. Não seria possível tentar ser salvo
por boas obras quando Deus queria salvar por graça, independente da
conduta ou boas obras.
Tentar
misturar as coisas seria como costurar remendo de pano novo em
vestido velho. O rasgo ficaria ainda maior. Ou guardar vinho novo,
ainda fermentando, em sacos de couro velho, que já não tinham
elasticidade.
Não
é justamente isso que as religiões cristãs tentam fazer
emprestando coisas do Antigo Testamento? Não emprestam apenas a
idéia da salvação pela obediência aos mandamentos, mas também
elementos exteriores do culto a Deus.
Você
não encontra na doutrina dada à igreja pelos apóstolos em suas
cartas coisas como templos, clero e sacerdotes fazendo o meio de
campo entre Deus e os homens, usando colarinhos e vestes distintas
para se diferenciarem daqueles que chamam de "leigos".
Você
também não encontra altares, incenso, rituais... a lista é
interminável. Leia as cartas dos apóstolos e você verá que existe
uma diferença enorme entre o que os primeiros cristãos faziam e
esse cristianismo fantasiado de judaísmo que você encontra por aí.
A
diferença entre a salvação por boas obras e a graça - entre
judaísmo e cristianismo - é tão grande quanto a diferença entre a
morte e a vida. E Jesus está a ponto de demonstrar todo o seu
poder trazendo uma menina morta de volta à vida nos próximos 3
minutos.
Fonte:
texto de Mario Persona |
http://www.3minutos.net/2008/08/28-vinho-novo.html