Leitura:
Mateus 11:1-6; Lucas 7:18-23
Nos
últimos 3 minutos vimos os apóstolos serem enviados a uma missão
específica e compreendemos o caráter judaico de muitas passagens
dos evangelhos, um período de transição antes da formação da
igreja em Atos 2.
Agora
encontramos João Batista na prisão, e ele está inquieto. Tem
dúvidas a respeito de Jesus. Afinal, João tinha recebido de Deus a
missão de anunciar a chegada do Messias, o Rei de Israel, aquele que
libertaria o povo de seus inimigos e inauguraria uma nova era de paz
e prosperidade. Ao invés disso, ali estava João, jogado num cárcere
e prestes a ser decapitado.
Jesus
manda avisá-lo de que ele era realmente o Messias esperado, e suas
credenciais o qualificavam para isso. No Antigo Testamento os
profetas diziam que o Messias seria capaz de curar cegos, aleijados,
leprosos e surdos. Só não falava de ressuscitar os mortos, portanto
Jesus foi além das expectativas. A questão era que o tempo de
colocar a casa em ordem ainda não havia chegado, daí a dúvida de
João. Era apenas uma questão de tempo.
Acontece
conosco, quando vemos que as circunstâncias parecem não mudarem
após nossa conversão. Às vezes elas ficam até piores. Isso
é como uma viagem. Você passa horas e dias viajando para visitar
uma pessoa querida, e acha isso maçante. É só quando você chega
ao fim que os meios acabam perdendo sua importância.
Mas
mesmo enquanto viaja você já está a caminho, com a passagem
comprada e seu destino determinado. A questão já não é "se",
mas "quando" irá chegar. Ao crer em Jesus você é
salvo, pois sua passagem foi paga na cruz. Você já embarcou e está
vendo o mundo passar pela janelinha. Mesmo assim podem surgir
dúvidas, como aconteceu com João.
Não
é errado ter dúvidas e inquietações quando elas são colocadas
diante da pessoa certa. João pediu a seus discípulos que levassem
suas dúvidas a Jesus. Jó gastou todo o seu estoque de pontos de
interrogação ao cobrar de Deus a razão da sua desgraça. Mas no
final Jó se deu por satisfeito, mesmo sem ter uma resposta clara da
razão de seu infortúnio. Geralmente é assim que Deus trata
conosco.
Jesus
sabe o que é ter dúvidas, ter inquietações. É dele a pergunta
"Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?". Viu? Ele
sabe o que é ser humano.
Mas
neste exato momento pode ter certeza de que João Batista já não
tem qualquer dúvida. Valeu a pena ter esperado, e é dele que
Jesus continua falando no trecho que vamos ver nos próximos 3
minutos.
Fonte:
texto de Mario Persona |
http://www.3minutos.net/2008/09/34-dvidas.html