Leitura: Mateus 24:4-14
No capítulo 24 de
Mateus Jesus explica aos judeus fiéis como serão os 7 anos da tribulação que
precede sua vinda para reinar neste mundo. O princípio das dores, ou a primeira
metade dos 7 anos, será caracterizado por muitos que afirmarão ser o Cristo, o Messias
esperado, enganando muita gente. Jesus fala de guerras, fomes e terremotos como
característica do início das dores.
Guerras, fomes e
catástrofes naturais sempre ocorreram, portanto ele está falando aqui dessas
coisas num grau nunca visto antes. Em seguida ele fala de seus discípulos, que
serão perseguidos, mortos e odiados por todos. Apesar de vermos isso também na
história da Igreja, ele está falando do que ocorrerá àqueles que se converterem
durante os 7 anos de tribulação que ainda estão por vir, principalmente dentre
os judeus.
Então vem uma frase que
costuma ser mal interpretada por muitos cristãos: "Aquele que perseverar
até o fim será salvo". Considerando que ele está se dirigindo a judeus,
dentro do contexto do judaísmo, faça a seguinte pergunta: O que um discípulo
judeu entenderia por "ser salvo"? Certamente não o mesmo que eu e
você entendemos, vivendo hoje num contexto religioso e cultural do
cristianismo, cuja esperança é celestial. A esperança do judeu no Antigo
Testamento era terrena.
A ideia de ir para o
céu era estranha a um judeu. Sua esperança estava no estabelecimento do reino
do Messias nesta terra, na libertação de seus inimigos e na prosperidade
material. Diante do cenário que Jesus estava descrevendo, para um judeu, ser
salvo significava conseguir sair vivo daquela situação e poder participar do
Reino. Portanto, Jesus está falando de uma salvação do corpo, de alguém que é
livrado da morte. A perseverança aqui é para estar são e salvo na chegada do
Rei Jesus e do seu Reino. Antes que isso aconteça Jesus diz que o evangelho do
Reino será pregado em todo o mundo.
O evangelho do Reino
não é o que é pregado hoje; era o que João Batista pregava e voltará a ser
pregado depois do arrebatamento da Igreja. João Batista anunciava que o Messias
e Rei havia chegado, algo do tipo "arrependam-se que o Reino de Deus é
chegado". Se os judeus não tivessem rejeitado seu Messias da primeira vez,
o Reino teria sido estabelecido neste mundo. Hoje entendemos que essa rejeição
foi utilizada por Deus para formar a Igreja, um povo com privilégios ainda
maiores do que aqueles dados a Israel.
O evangelho que é
pregado hoje, no período da Igreja, é diferente do evangelho do Reino. O
cristão não está esperando um Rei. Aliás, em nenhuma carta dos apóstolos você
encontra que Jesus seja Rei dos cristãos. A estes é prometido que irão reinar
sobre a Terra com Jesus, o Rei aguardado por Israel. O evangelho pregado hoje é
o evangelho da graça de Deus, e ainda não alcançou todo o mundo como o
evangelho do Reino alcançará. A mensagem não é mais "arrependam-se que o
Reino de Deus é chegado", mas "creia
no Senhor Jesus e você será salvo". Você já creu? Creia para não ser
deixado para trás.
Fonte: texto de Mário
Persona | http://www.3minutos.net/2009/01/98-tribulacao.html